Irã busca maior aproximação econômica com Brasil 2008 / 11 / 19
investimentos e parcerias podem chegar ao volume de US$ 10 bilhões em pouco tempo. Ele visitou a Câmara Árabe ontem.Alexandre Rocha alexandre.rocha@anba.com.br
São Paulo – O Irã quer ampliar suas relações econômicas com o Brasil. A informação foi dada ontem (18) pelo embaixador iraniano em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, durante visita à Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo. “O primeiro passo para esse objetivo é ampliar as relações econômicas entre os dois países para US$ 10 bilhões no curto prazo”, disse o diplomata à ANBA.
Isso não inclui apenas o comércio bilateral, mas também investimentos recíprocos e projetos realizados em parceria entre governos e empresas privadas. Considerado só o fluxo de bens, a corrente comercial entre Irã e Brasil chegou a US$ 1,85 bilhão em 2007, um aumento de 15,6% sobre 2006, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O embaixador ressaltou que a crise financeira internacional abre oportunidades para impulsionar a cooperação Sul-Sul. Ele disse que seu país tem capital em caixa e um plano de investimentos ambicioso que prevê a aplicação de US$ 3,6 trilhões em diferentes áreas num período de 20 anos.
Da mesma forma, Shaterzadeh destacou que o Brasil é outra potência econômica. “Acreditamos que os dois países têm potencial e capacidade para aumentar a cooperação na área econômica”, disse. Segundo o diplomata, o Irã tem interesse em desenvolver projetos em setores como mineração, petróleo e gás, petroquímica, indústria automobilística e de autopeças, entre outros.
Ele destacou que há interesse, por exemplo, na siderurgia brasileira. Frente à disponibilidade de minério de ferro no Brasil, os iranianos poderiam investir na produção de aço bruto aqui para posterior exportação ao país do Oriente Médio e outros destinos. O minério é o quinto item da pauta de exportações brasileiras ao Irã, com embarques no valor de US$ 50 milhões entre janeiro e outubro deste ano, segundo o MDIC.
A mesma lógica, de acordo com o embaixador, vale para a área agrícola: empresários iranianos poderiam investir no Brasil para garantir o fornecimento de alimentos ao Irã. Carne bovina, óleo de soja, açúcar e farelo de soja são os quatro primeiros itens da pauta de exportações brasileiras ao Irã. O milho e a soja em grãos aparecem, respectivamente, na sétima e na oitava posição.
Na mão contrária, Shaterzadeh informou que só na indústria de transformação e na mineração o Irã pretende investir US$ 450 bilhões em 20 anos. O país pretende também tocar diferentes projetos nas áreas de infra-estrutura, refino de petróleo e petroquímica.
Para incentivar o comércio, investimentos e parcerias, uma delegação empresarial iraniana virá ao Brasil em janeiro de 2009. No ano que vem também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá visitar o país do Oriente Médio. Antes o ministro iraniano das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, virá ao Brasil.
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, esteve no Irã no início deste mês acompanhado de uma delegação empresarial. No primeiro semestre, o ministério da Agricultura organizou uma missão comercial ao Oriente Médio e Norte da África que incluiu Irã, Argélia e Egito.
Isso não inclui apenas o comércio bilateral, mas também investimentos recíprocos e projetos realizados em parceria entre governos e empresas privadas. Considerado só o fluxo de bens, a corrente comercial entre Irã e Brasil chegou a US$ 1,85 bilhão em 2007, um aumento de 15,6% sobre 2006, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O embaixador ressaltou que a crise financeira internacional abre oportunidades para impulsionar a cooperação Sul-Sul. Ele disse que seu país tem capital em caixa e um plano de investimentos ambicioso que prevê a aplicação de US$ 3,6 trilhões em diferentes áreas num período de 20 anos.
Da mesma forma, Shaterzadeh destacou que o Brasil é outra potência econômica. “Acreditamos que os dois países têm potencial e capacidade para aumentar a cooperação na área econômica”, disse. Segundo o diplomata, o Irã tem interesse em desenvolver projetos em setores como mineração, petróleo e gás, petroquímica, indústria automobilística e de autopeças, entre outros.
Ele destacou que há interesse, por exemplo, na siderurgia brasileira. Frente à disponibilidade de minério de ferro no Brasil, os iranianos poderiam investir na produção de aço bruto aqui para posterior exportação ao país do Oriente Médio e outros destinos. O minério é o quinto item da pauta de exportações brasileiras ao Irã, com embarques no valor de US$ 50 milhões entre janeiro e outubro deste ano, segundo o MDIC.
A mesma lógica, de acordo com o embaixador, vale para a área agrícola: empresários iranianos poderiam investir no Brasil para garantir o fornecimento de alimentos ao Irã. Carne bovina, óleo de soja, açúcar e farelo de soja são os quatro primeiros itens da pauta de exportações brasileiras ao Irã. O milho e a soja em grãos aparecem, respectivamente, na sétima e na oitava posição.
Na mão contrária, Shaterzadeh informou que só na indústria de transformação e na mineração o Irã pretende investir US$ 450 bilhões em 20 anos. O país pretende também tocar diferentes projetos nas áreas de infra-estrutura, refino de petróleo e petroquímica.
Para incentivar o comércio, investimentos e parcerias, uma delegação empresarial iraniana virá ao Brasil em janeiro de 2009. No ano que vem também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá visitar o país do Oriente Médio. Antes o ministro iraniano das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, virá ao Brasil.
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, esteve no Irã no início deste mês acompanhado de uma delegação empresarial. No primeiro semestre, o ministério da Agricultura organizou uma missão comercial ao Oriente Médio e Norte da África que incluiu Irã, Argélia e Egito.
“Já temos boas relações de cooperação na América Latina, com a Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia, Equador e agora com o Paraguai. No Brasil nós identificamos grandes áreas para cooperação”, disse Shaterzadeh, que assumiu o cargo em Brasília há quatro meses.
Embora o Irã não seja um país árabe, o embaixador quis conhecer a Câmara Árabe e sua diretoria pela importância da entidade dentro da comunidade empresarial brasileira e especialmente de São Paulo, principal pólo comercial do Brasil. Ele foi recebido pelo presidente Antonio Sarkis Jr. e pelo vice-presidente de Relações Internacionais, professor Helmi Nasr.
Embora o Irã não seja um país árabe, o embaixador quis conhecer a Câmara Árabe e sua diretoria pela importância da entidade dentro da comunidade empresarial brasileira e especialmente de São Paulo, principal pólo comercial do Brasil. Ele foi recebido pelo presidente Antonio Sarkis Jr. e pelo vice-presidente de Relações Internacionais, professor Helmi Nasr.
منبع: Diplomacia
- By Mohsen Shaterzadeh
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