"Nós confiamos no Brasil. Acreditamos que as autoridades brasileiras têm conhecimento da situação iraniana. O Brasil, ao contrário de outros países que tiveram fortes reações, não pensa em colonizar outro país", afirmou o embaixador durante uma conferência de imprensa, em Brasília.
O presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou no domingo que começará a enriquecer urânio a 20 por cento na terça feira, mas ressaltou que interromperá a produção do combustível nuclear caso chegue a um acordo com as potências ocidentais.
Segundo o embaixador Shaterzadeh, apesar de iniciar o processo para o enriquecimento maior de urânio, seu país continua disposto a aceitar o acordo negociado entre Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha, grupo conhecido como P5+1.
"Países como Brasil e Irão não querem usar energia nuclear para produzir armas. A energia nuclear no Irão, assim como no Brasil, é para a área de medicina, agricultura. Esse é o direito de aproveitar da tecnologia para o bem-estar da população", garantiu o diplomata, fazendo um paralelo entre os dois países em desenvolvimento.
Shaterzadeh criticou as grandes potências, que reagiram duramente ao anúncio feito pelo governo de Teerão.
"Os que tiveram grande reação têm fortes armamentos nucleares. Se eles falassem a verdade, primeiro eles destruiriam o armamento nuclear deles e depois dariam conselhos", provocou.
Países como Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido acusam o Irão de ocultar um programa nuclear de fins militares, denúncias que são negadas pela República Islâmica.
Dias antes de anunciar o enriquecimento do urânio a 20 por cento, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad disse que Teerão não tinha problemas em enviar o urânio para fora do país.
Em novembro do ano passado, Ahmadinejad foi recebido em Brasília pelo presidente Lula da Silva que, na altura, defendeu o programa nuclear iraniano desde que para fins pacíficos.
Um mês depois, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, após voltar de uma visita ao Irão, disse que o Brasil faria o possível para restabelecer o diálogo do governo Ahmadinejad com os países ocidentais.
Contatado hoje pela Lusa, o Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores não se pronunciou sobre as novas medidas anunciadas pelo Irão nem tampouco sobre o eventual apoio do Brasil esperado pelo governo de Ahmadinejad.
منبع: infornress
Declarações neste sentido serão feitas apenas pelo próprio ministro Amorim, informou o Itamaraty.
- By Mohsen Shaterzadeh
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