A presidente Dilma Rousseff aproveitou ontem um telefonema de congratulações do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para propor que o Conselho de Segurança do Organismo inicie um debate "Segurança e Desenvolvimento Social". Como o Brasil assumirá em fevereiro a presidência do Conselho Rotativo, surgiu a ideia de levar para a ONU um assunto que é, nas palavras do assessor especial para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, "caro ao governo brasileiro".
Dilma também sugeriu a abertura de Universidade da ONU no Brasil sobre o mesmo tema. Marco Aurélio - que acompanhou o telefonema de Ban Ki-Moon para Dilma - afirmou que existem outras escolas da ONU em diversas partes do mundo, cuidando de outros temas. "Não sabemos como seria o formato desta unidade no Brasil", afirmou ele. "Mas é uma demanda do Ministério das Relações Exteriores e do Supremo Tribunal Federal", completou Marco Aurélio.
De acordo com o assessor especial, o secretário-geral da ONU gostou da proposta da presidente brasileira e prometeu estudar a questão. Além de parabenizá-la pela posse de sábado, Ban Ki-Moon também elogiou a atuação do Brasil no comando da Minustah - força de paz das Nações Unidas que garante a segurança no Haiti. Eles também conversaram sobre a situação política do país caribenho. "O primeiro-ministro haitiano, Jean Max Bellerive, esteve na posse de Dilma e se mostrou disposto a aceitar a intermediação da Organização dos Estados Americanos (OEA) para conduzir o processo eleitoral do país", disse Marco Aurélio.
O assessor internacional também relatou a conversa que teve com o embaixador iraniano no Brasil, Mohsen Shaterzadeh. O diplomata esteve no Palácio do Planalto para tratar de questões bilaterais e para convidar Dilma Rousseff para uma visita ao país. "Nós tratamos de questões energéticas, como energia nuclear, e outras questões comerciais e de desenvolvimento econômico", disse Shaterzadeh.
Marco Aurélio disse que coube a ele abordar a questão Sakineh Astiani, a mulher condenada à morte acusada de assassinar o marido. De acordo com o assessor especial, ele expressou que o assunto "provoca uma sensibilidade na população brasileira". Ele ressaltou, contudo, que o Brasil mantém sua postura de "emitir opiniões no tocante aos direitos humanos sem ferir a autonomia interna dos países". O embaixador iraniano apenas tomou nota, sem emitir comentários. Na saída do Planalto, ele negou aos jornalistas que o assunto tenha sido abordado na reunião. "Sakineh não é um problema nosso".
O assessor internacional afirmou que não existe previsão para uma visita de Dilma ao Irã. De acordo com Marco Aurélio, é natural que no primeiro ano de governo a presidente busque dedicar-se mais para os assuntos internacionais. Até o momento, estão confirmadas viagens de Dilma para os Estados Unidos, China, Argentina e Uruguai, além de uma viagem "compulsória" para o Peru, em fevereiro. "Dilma também vai para a Bulgária durante o verão, algo que deve acontecer entre julho e setembro".
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- By Mohsen Shaterzadeh
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