جمعه ۲ آذر ۱۴۰۳ - ۰۹:۲۵

دکتر محسن شاطرزاده

مدیرعامل شرکت فن آوران انرژی پاک مجری اولین نیروگاه 100 مگاواتی بادی در شهرستان خواف استان خراسان


عضو هیات علمی ؛ استادیار

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اخبار


O IRÃ NÃO TEM BOMBA ATÔMICA 2010 / 05 / 08

O embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, afirmou que não há produção de bombas atômicas em seu país. O desenvolvimento de uma tecnologia destinada a fins pacíficos é o interesse do Irã, segundo Shaterzadeh. Haveria aí, do lado dos Estados Unidos e dos países que defendem sanções ao Irã, imposições que impediriam o avanço desta tecnologia no Estado iraniano.

“Ao nos acusar [de produzir armas atômicas], esses países ocidentais estão colocando como significado de energia atômica a bomba atômica”. “O Irã não tem bomba atômica nem vai produzir bomba atômica. Energia nuclear é uma tecnologia, um avanço na ciência humana, que vamos usar com objetivo pacífico e humanitário”.

Para o embaixador a troca de urânio levemente enriquecido por combustíveis para reatores atômicos com os países ocidentais, deve obedecer a duas condições. Que o processo se desenvolva paralelamente e não em duas etapas, assim como que o local a ser utilizado para a operação seja em território iraniano.

“O Irã propõe que o local para a troca seja no nosso país mesmo. Nós temos duas condições – que a troca seja feita ao mesmo tempo. Nós precisamos para isso de garantias concretas. Se essa primeira condição for resolvida, a segunda condição – que é o local,  pode ser solucionada”.

Mohsen Shaterzadeh disse ainda: “Estamos dispostos a atuar para a troca do urânio. Mas os ocidentais têm de demonstrar a sinceridade deles. Quando o Irã perceber sinceridade do lado ocidental, esse assunto é fácil de ser resolvido”. “O Irã não se inclina frente à imposição, mas diante de um diálogo com justiça e legal”.

Sobre a viagem de Lula ao Irã ele arrematou: “A viagem do presidente Lula é histórica e tem grande importância. Nós estamos agora vivendo uma nova era no mundo, que é o fim do período de bipolarismo, pois com a ‘morte’ do [ex-presidente George] Bush assistimos ao fim do bipolarismo. Agora, começamos o período do multilateralismo, tendo a participação de países como o Brasil, Irã, a China e Índia”

GLOBALIZAÇÃO E HEGEMONIA NORTE-AMERICANA

Quando o embaixador do Irã no Brasil diz estarmos vivendo o fim do bipolarismo no mundo, ele evidencia a necessidade de questionarmos a aceitação da globalização pensada de uma forma específica. Que a globalização esteja ligada diretamente a economia e ao abstracionismo máximo do capitalismo financeiro desenvolvido por instituições financeiras norte-americanas é manifesto.

Mas colocarmos a globalização como unicamente uma expansão econômica e militar dos Estados Unidos é afirmar o poderio econômico e militar norte-americano de um lado e a submissão de outros países a este poderio, de outro. É esta forma específica de pensar a globalização que o fim do bipolarismo no mundo, coloca em dúvida.

Persistindo este pensamento específico sobre a globalização, uma espécie de domínio absoluto dos Estados Unidos, estaremos confirmando a estratégia tripartite estadunidense denunciada por Samuel Huntington: (1) armas nucleares somente aos norte-americanos; (2) democracia e direitos humanos modulados à maneira norte-americana; (3) limites à imigração e ao fluxo livre da força de trabalho[1].

Um dos perigos deste pensamento específico referente a globalização diz respeito a uma suposta resistência ao capitalismo através do anti-americanismo. Esta postura política pode enfatizar o poderio dos Estados Unidos à medida que demarca uma divisão entre os Estados Unidos e os países sujeitados ao seu controle. Como pergunta Jameson: “Não seria mais apropriado subestimar o imperialismo, já que enfatizá-lo significa diminuir aqueles a quem ele ameaça?”

Neste sentido, o fortalecimento de economias de países do eixo Sul, como o Brasil, e de países como a China e a Índia, e ainda, a autonomia do Irã sustentando a sua soberania, estão causando vertigem na ordem mundial (pré)estabelecida. Daí a fala de Mohsen Shaterzadeh não servir apenas para o Irã, mas para percebermos o quanto esta ordem entra em colapso, e junto com ela a idéia de um controle mundial único. O que abre espaço para uma multiplicidade de correlações de força na política global.   



منبع: polivocidade

  • توسط محسن شاطرزاده
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