O embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, rebateu a
interpretação de que a relação entre o Brasil e o país persa seja
“apenas baseada na amizade” entre os presidentes Luiz Inácio Lula da
Silva e Mahmoud Ahmadinejad. Em entrevista à Agência Brasil, o diplomata
afirmou que independentemente daquele que vier a suceder Lula, a
tendência é de aumento nas negociações bilaterais.
Shaterzadeh argumentou que Irã e Brasil têm economias complementares, e
que por isso não haveria razão para o afastamento dos dois países.
- A nossa percepção é de que não é uma relação baseada na amizade. Não é
uma relação de amigos. Vai muito além disso. A personalidade
carismática do presidente Lula ajuda muito. Mas, certamente, qualquer
que seja o novo governo, nunca rejeitará o Irã.
Para o embaixador, os perfis econômicos e comerciais distintos do Brasil
e do Irã ampliam as oportunidades de comércio, mesmo com as sanções
impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
- O Brasil e o Irã são economias complementares, e não rivais. Não é só o
Brasil que é importante para o Irã. O Irã é importante para o Brasil.
Shaterzadeh afirmou ainda que “juntos, os dois países podem fazer
acordos para as coberturas de setores, como o tecnológico e o
energético".
- A nosso ver, [a parceria existente] pode continuar esse crescimento das relações, qualquer que seja o governo.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Turismo do Irã, as importações cresceram 28,2%, passando de R$ 26 milhões (US$ 15 milhões) para R$ 33 milhões (US$ 19 milhões), respondendo por 0,01% das compras globais brasileiras em 2009. Atualmente, o Brasil vende para o Irã carne bovina e frango inteiro, além de milho, soja, sorgo, açúcar de cana e óleo de soja.
Desde 2009, houve aumento do interesse dos iranianos também pelos setores de etanol e construção civil. Em 2009, as exportações brasileiras para o Irã foram de R$ 2,1 bilhões (US$ 1,2 bilhão). O embaixador disse ainda que houve crescimento de 58% do comércio bilateral apenas no primeiro semestre de 2010. Ele lembrou que isso ocorre apesar das restrições impostas ao Irã.
Os iranianos sofrem com uma elevada inflação que, no ano passado, registrou índices na casa dos 18%. Também há outros problemas econômicos sérios, como a falta de ofertas de emprego formal e a presença da maioria dos trabalhadores no mercado informal. Há ainda queixas sobre o programa interno de subsídios domésticos para alimentos e combustíveis. Para o cidadão comum, o nível de vida no país é considerado elevado, segundo especialistas.
منبع: da Agência Brasil
- توسط محسن شاطرزاده
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