Irã quer Brasil como mediadro para fim do impasse com a comunidade internacional 2010 / 08 / 13
A duas semanas de o Grupo de Viena – formado pelos Estados Unidos, a
França e a Rússia – retomar as negociações com o Irã em torno do
desenvolvimento do programa nuclear, o governo do presidente iraniano,
Mahmoud Ahmadinejad, quer o Brasil como mediador para o fim do impasse
com a comunidade internacional. Em entrevista à Agência Brasil, o
embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, disse que os iranianos
vão insistir que o acordo sobre a troca de urânio seja a base das
negociações, sem a possibilidade de substituí-lo.
Para Shaterzadeh, a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ajudou a reforçar o papel relevante que os países em desenvolvimento
desempenham no cenário internacional. "A presença do Brasil trouxe uma
esperança e um suporte para os países em desenvolvimento", disse ele,
sem mencionar as suspeitas da comunidade internacional de que o
programa nuclear do Irã produza secretamente armas atômicas. As
suspeitas são negadas pelas autoridades iranianas.
O embaixador acrescentou que "a base das negociações é a Declaração
de Teerã [nome oficial do acordo que determina a troca de urânio pouco
enriquecido pelo material enriquecido a 20%]. A Declaração de Teerã
deverá ser lembrada na história mundial".
A retomada das negociações com o Irã pelo Grupo de Viena ocorre no
momento em que o país é alvo de um série de sanções impostas pela maior
parte da comunidade internacional. A adoção das sanções foi definida
três semanas e meia depois de negociado o acordo para a troca de urânio.
Inicialmente, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fixou as
restrições, depois vieram os Estados Unidos, a União Europeia e o
Canadá. As medidas restringem eventuais acordos e negócios,
principalmente nas áreas militar e comercial.
No entanto, Shaterzadeh disse que a solução para encerrar a polêmica
em torno da questão nuclear iraniana está na declaração firmada em 17
de maio, em Teerã. Na ocasião, Ahmadinejad assinou o acordo sobre a
troca de urânio na presença de Lula e do primeiro-ministro da Turquia,
Tayyip Erdogan. Para o embaixador, é necessário apenas definir alguns
ajustes para a adoção do texto.
Pelo acordo, Ahmadinejad reafirma, no primeiro de dez itens, o
compromisso de não proliferação de armas. A base da declaração é o
acordo para o envio de 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a
Turquia. No prazo de até um ano, 120 quilos do material enriquecido,
em território turco, a 20% será encaminhado para o Irã.
Nos demais parágrafos do texto, o governo do Irã informa estar
convencido de que o acordo é o início de uma nova "proposta positiva e
construtiva, em uma atmosfera de não confronto, que conduz a uma era de
interação e cooperação".
Há ainda a informação de que o urânio enriquecido na Turquia será de
propriedade do Irã. Os iranianos, porém, admitem a inspeção de
especialistas estrangeiros – uma referência à Agência Internacional de
Energia Atômica (Aiea). Pela declaração, o Irã exige que sejam adotadas
garantias e respeitados os termos do acordo.
No texto original do acordo, no 9º parágrafo, os governos da Turquia
e do Brasil afirmam confiar nas negociações entre o Irã e o chamado
grupo dos países 5 +1 – que reúne os cinco integrantes do Conselho de
Segurança das Nações Unidas: os Estados Unidos, a Rússia, China, França
e a Inglaterra, além da Alemanha.
No último item, Brasil e Turquia elogiam os compromissos firmados no
acordo e os esforços realizados para alcançá-lo. Em contrapartida, o
governo do Irã informa que "também avalia os esforços construtivos de
países amigos, Turquia e Brasil, criando o ambiente propício para a
realização dos direitos nucleares do Irã".
منبع: Administradoes
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França e a Rússia – retomar as negociações com o Irã em torno do
d
A duas semanas de o Grupo de Viena – formado pelos Estados Unidos, a
França e a Rússia – retomar as negociações com o Irã em torno do
desenvolvimento do programa nuclear, o governo do presidente iraniano,
Mahmoud Ahmadinejad, quer o Brasil como mediador para o fim do impasse
com a comunidade internacional. Em entrevista à Agência Brasil, o
embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, disse que os iranianos
vão insistir que o acordo sobre a troca de urânio seja a base das
negociações, sem a possibilidade de substituí-lo.
Para Shaterzadeh, a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ajudou a reforçar o papel relevante que os países em desenvolvimento
desempenham no cenário internacional. "A presença do Brasil trouxe uma
esperança e um suporte para os países em desenvolvimento", disse ele,
sem mencionar as suspeitas da comunidade internacional de que o
programa nuclear do Irã produza secretamente armas atômicas. As
suspeitas são negadas pelas autoridades iranianas.
O embaixador acrescentou que "a base das negociações é a Declaração
de Teerã [nome oficial do acordo que determina a troca de urânio pouco
enriquecido pelo material enriquecido a 20%]. A Declaração de Teerã
deverá ser lembrada na história mundial".
A retomada das negociações com o Irã pelo Grupo de Viena ocorre no
momento em que o país é alvo de um série de sanções impostas pela maior
parte da comunidade internacional. A adoção das sanções foi definida
três semanas e meia depois de negociado o acordo para a troca de urânio.
Inicialmente, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fixou as
restrições, depois vieram os Estados Unidos, a União Europeia e o
Canadá. As medidas restringem eventuais acordos e negócios,
principalmente nas áreas militar e comercial.
No entanto, Shaterzadeh disse que a solução para encerrar a polêmica
em torno da questão nuclear iraniana está na declaração firmada em 17
de maio, em Teerã. Na ocasião, Ahmadinejad assinou o acordo sobre a
troca de urânio na presença de Lula e do primeiro-ministro da Turquia,
Tayyip Erdogan. Para o embaixador, é necessário apenas definir alguns
ajustes para a adoção do texto.
Pelo acordo, Ahmadinejad reafirma, no primeiro de dez itens, o
compromisso de não proliferação de armas. A base da declaração é o
acordo para o envio de 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a
Turquia. No prazo de até um ano, 120 quilos do material enriquecido,
em território turco, a 20% será encaminhado para o Irã.
Nos demais parágrafos do texto, o governo do Irã informa estar
convencido de que o acordo é o início de uma nova "proposta positiva e
construtiva, em uma atmosfera de não confronto, que conduz a uma era de
interação e cooperação".
Há ainda a informação de que o urânio enriquecido na Turquia será de
propriedade do Irã. Os iranianos, porém, admitem a inspeção de
especialistas estrangeiros – uma referência à Agência Internacional de
Energia Atômica (Aiea). Pela declaração, o Irã exige que sejam adotadas
garantias e respeitados os termos do acordo.
No texto original do acordo, no 9º parágrafo, os governos da Turquia
e do Brasil afirmam confiar nas negociações entre o Irã e o chamado
grupo dos países 5 +1 – que reúne os cinco integrantes do Conselho de
Segurança das Nações Unidas: os Estados Unidos, a Rússia, China, França
e a Inglaterra, além da Alemanha.
No último item, Brasil e Turquia elogiam os compromissos firmados no
acordo e os esforços realizados para alcançá-lo. Em contrapartida, o
governo do Irã informa que "também avalia os esforços construtivos de
países amigos, Turquia e Brasil, criando o ambiente propício para a
realização dos direitos nucleares do Irã".