A miséria e a discriminação
são o “grande mal” das sociedades contemporâneas, disse o embaixador do
Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, durante a palestra Parâmetros da
Potência no Mundo Hoje, proferida na última quinta-feira, 28 de agosto,
no auditório 3 do prédio 43, no campus Coração Eucarístico, uma
realização da Secretaria de Relações Internacionais. A afirmação é uma
resposta ao presidente norte-americano, George Bush, que afirma que o
Irã, junto com a Coréia do Norte, integra o chamado “eixo do mal”, em
decorrência dos testes nucleares. Embaixador é recebido na Reitoria
De acordo com o embaixador do
Irã, os investimentos do país em ciência têm fins pacíficos, com o
objetivo de garantir a independência científica e o fortalecimento
tecnológico frente às potências do norte. “Temos a necessidade de
nacionalização e independência na aquisição das ciências modernas, no
fortalecimento científico e tecnológico, para que possamos avançar nas
áreas da nanotecnologia, biotecnologia, células tronco, aeroespacial,
nuclear, na física e nos computadores”, disse. O país possui, hoje,
cerca de 220 universidades e três milhões de estudantes.
O
embaixador afirmou que a justiça social é o “grande e valoroso” elemento
desaparecido das sociedades contemporâneas, sendo, portanto,
considerado um dos parâmetros do poder no mundo atual. “A revitalização
da justiça social resulta na união e coesão da sociedade, impulsionando a
força extraordinária do povo carente e sofrido”, diz. Apesar dos
problemas sociais, o Irã é um dos maiores produtores de gás e o quarto
exportador de petróleo do mundo, sendo considerado o segundo da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Um outro
parâmetro do poder, também abordado por ele na palestra, é o
popularidade do presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad. A sua ampla
aceitação popular contribui para a unidade, o fortalecimento e a coesão
nacional, segundo o embaixador. “Ele é a voz do sofrimento, da
necessidade do povo, por ser do seu mesmo nível. Além disso, é
fortalecedor da posição do povo no sistema de decisões do país”, diz.
A
formação de monopólios comerciais, científicos, tencológicos e
econômicos, e a falta de desenvolvimento industrial, aliadas à
predominância de relações desiguais entre os países em desenvolvimento,
são alguns dos desafios a serem enfrentados pelo Irã. “Temos a
dificuldade de acesso a recursos financeiros, fundos de investimentos de
longo prazo e instituições financeiras efetivas e seguro industrial”,
afirma.
Estiveram presentes na palestra, compondo a mesa, o
terceiro-secretário, chefe da Seção Econômica e Comercial da Embaixada,
Esmaeil Razaghi, a assessora da Secretaria de Relações Internacionais,
professora Cynthia Soares Carneiro, e a empreendedora pública da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Thaís
Mascarenhas. A palestra foi ministrada em farsi (persa), com tradução
consecutiva para o português.
O
embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, foi recebido pela
vice-reitora da PUC Minas, professora Patrícia Bernardes, pelo chefe de
Gabinete, professor Paulo Roberto de Sousa, e pela professora Cynthia
Soares Carneiro, assessora da Secretaria de Relações Internacionais.
Durante o encontro, do qual participaram também o chefe da Sessão
Econômica e Comercial da Embaixada do Irã, Esmael Razaghi, e a
empreendedora Pública da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de
Minas Gerais, Thaís Mascarenhas, o embaixador do Irã contou um pouco da
história de seu país, destacou alguns pontos fortes da economia e
pesquisa iranianas e manifestou o desejo de manter uma cooperação
científica e de intercâmbio com a PUC Minas.
Trajetória
Shaterzadeh
já atuou como ministro da Economia, de Assuntos Internacionais e de
Indústria e Mineração do Irã e assumiu o cargo de embaixador no Brasil
há dois meses, com a proposta de fortalecer as relações econômicas,
comerciais e culturais entre os dois países. O novo embaixador é PhD em
Engenharia de Materiais, professor, escritor e tradutor de livros,
artigos e estudos estratégicos.
- توسط محسن شاطرزاده
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